“O primeiro milênio do
cristianismo havia três rotas consideradas sagradas, e que resultavam numa série de bênçãos e indulgencias para quem
percorresse qualquer uma delas. A primeira rota levava até o tumulo de São
Pedro, em Roma, seus caminhantes tinham por símbolo uma cruz e eram chamados de
romeiros.
A segunda rota levava até o Santo
Sepulcro de Cristo, em Jerusalém, e os que faziam eram chamados de palmeiros,
por conta das palmas que levavam.
E o terceiro caminho levava até
os restos mortais do apóstolo São Tiago, enterrados num local da península
ibérica, conhecida como Compostela, aos que percorriam eram chamados de
peregrinos, tendo como símbolo uma concha”.
Dessa forma conheci através do Diário de um Mago, de Paulo Coelho,
Santiago de Compostela. Depois em Nas Margens do Rio Pietra onde sentei e
chorei, ficou marcado que “estamos cercados pelo Extraordinário. Os
milagres acontecem à nossa volta, os sinais de Deus nos mostram o caminho, os
anjos pedem para serem ouvidos”. Passado algum tempo, Santiago ficou meio
enterrado, num sonho distante. A vida foi seguindo... E estranhamente, quando
me perguntaram quais os 10 livros que eu lembrava, surgiu em minhas memórias,
Veronika decide morrer, e quando ela acha que vai morrer, ela descobre a vida,
após passar anos procurando o que estava mais fácil, ou ao alcance das mãos;
foi ministrado um tratamento contra o vitríolo, amargura, forçando Veronika a
reavaliar sua própria vida.
E assim numa salada com o tempero de
Paulo Coelho, também quero um tempo para reavaliar a minha vida, encontrar o
meu “eu” perdido ao longo de uma estrada, nas lágrimas e suor dos peregrinos.
Também quero ser uma peregrina, em busca das relíquias sagradas que irão abrir
a chave do meu ser.
Primeiro, tenho que me acostumar a
fazer exercícios físicos, melhor dizendo, caminhar vários quilômetros por dia
para estar preparada para o Caminho. Na hora que você começa a caminhar, todas
as coisas boas, sobre fazer bem, te ajuda a emagrecer, fazer seu coração mais
sadio, te dá qualidade de vida. Aff! Você tem vontade de bater em quem tenta
incentivar. Os primeiros quilômetros são um sacrifício, para quem há muito
tempo virou sedentário.
A mochila mesmo com nada dentro, no
começo pesa uma tonelada. E você descobre que um urso para lá de sabido já
cantava “eu uso o necessário, somente o necessário”. Se levar mais do que irei precisar,
será um peso desnecessário na caminhada. Pode fazer com que me atrase no
percurso ou que o peso prejudique minhas costas, e tenha que desistir no meio
do caminho.
Pequenos quilômetros nos dias de
semanas. Primeiro ao redor da residência, depois fui aumentando os quilômetros
percorridos e fazendo diferentes trajetos. Misturando os terrenos, asfalto e
terra; calçamento e grama. Subidas e descidas; descidas e terrenos planos;
terrenos planos e escadaria. Aliás, escadas e subidas, ainda é o meu tendão de
Aquiles. Estou no nível dois, fazendo de 4 a 9 km. – Iniciante 1km; nível 1 de
1 a 4 km.
Tava quase esquecendo, não sai andando
antes de um check-up. Verifiquei, especialmente com o meu cardiologista, se
estava tudo ok. Com ok do médico, tracei um plano de ir devagar até atingir uma
média diária de caminhada, em que não ficarei ofegante. Assim poderei começar a
me aventurar por aqui mesmo. Até chegar ao objetivo maior: Santiago de
Compostela.
E mais uma dica legal, depois de duas
semanas descobri, um aplicativo que está me ajudando no trajeto, é o app endomondo.
Tem versão free e paga. Ele ajuda marcando a distância percorrida, o tempo
percorrido, calorias e várias outras coisinhas. Quando você completa um
quilometro cheio, ele informa, via áudio, o quilometro percorrido e o tempo que
você realizou entre os quilômetros.
Por: K